Você sabe o que significa um arquétipo? É um conceito que representa o primeiro modelo de algo. O termo teve origem na Grécia antiga e nasce da junção das palavras: archein que significa “original ou antigo” e typos que significa “padrão, modelo”.

Quem ajudou a popularizar esse termo foi o psiquiatra suíço Carl Jung – criador da psicologia analítica -, que enfatiza a importância da psique e do inconsciente.

Em termos teóricos, trata-se de um conjunto de modelos de ideais guardados no inconsciente coletivo. Mas, a proposta deste artigo é trazer o assunto de uma forma acessível. Por isso, em linhas gerais, é possível dizer que os arquétipos são imagens formadas pela repetição constante de experiências que são gravadas em nós e nos conduzem de forma indireta durante a nossa trajetória.

Para Jung, nós não nascemos como uma folha em branco e sim com características inatas que são resultados do processo de evolução da humanidade. Um exemplo disso é o medo do escuro, de altura ou de certos animais que são considerados predadores.

“Exatamente como o corpo humano representa um verdadeiro museu de órgãos, cada qual com sua longa evolução histórica, da mesma forma deveríamos esperar encontrar também, na mente, uma organização análoga”, Carl Gustav Jung.

Ou seja, nascemos com uma herança psicológica, somada à herança biológica. Assim como o nosso organismo, nossa mente também guarda modelos de comportamento e personalidade – e esses modelos são chamados de arquétipos.

Na obra “ Na natureza da psique, 1960, Jung fala sobre esses arquétipos como padrões de comportamento que possuem significados universais e são representados pela mitologia, sonhos e, hoje em dia, por filmes e até mesmo pelo marketing e o mercado publicitário.

Conheça os 12 arquétipos de Jung

Para Jung, todos nós possuímos vários arquétipos que estão presentes na construção da personalidade. Mas, a tendência é que exista um arquétipo dominante e outros dois que são secundários, vamos a eles:

 

 

 

 

1- O Inocente

Otimistas, sonhadores e esperançosos. É aquele que pode apresentar uma certa ingenuidade e evita o conflito ao máximo – o que pode levá-lo a estagnação. Seu desafio é a necessidade de agradar e pertencer e seu principal objetivo é ser feliz.

2. O Sábio

Lógica, verdade e critério. Buscar a verdade por meio do conhecimento é a sua característica central. Tem uma tendência em ser metódico e muito detalhista e seu maior desafio é ficar preso nos pormenores e agir pouco.

3. O Aventureiro

Liberdade, ousadia e independência. “Há tanta vida lá fora” poderia ser seu lema. A busca por uma vida sem rotina e com autenticidade é algo marcante neste arquétipo. Seu maior medo é se tornar conformista e seu desafio é lidar com seu idealismo, que pode transformá-lo em um indivíduo sempre insatisfeito.

4. O Rebelde

Uma personalidade que gosta de questionar, provocar e quebrar as regras vigentes. Seu principal objetivo é transformar o que está obsoleto e seu principal desafio é lidar com uma certa tendência para autodestruição.

5. O Mago

Intuitivo, visionário e inventor. Esse arquétipo não dá muita importância para questões mais objetivas e lógicas. Está ligado a temas como crenças, religiões e deseja compreender as leis que regem o universo. Seu desafio consiste em barrar a tendência à manipulação, idealismo e solidão.

6. O Herói

Protagonismo, coragem e vitalidade. A figura do herói busca sempre provar o seu valor por meio de atitudes grandiosas e corajosas e com o objetivo de buscar o bem maior. Geralmente, possuem uma causa, uma bandeira. É uma figura muito trabalhada no cinema e na publicidade, geralmente representada pelo guerreiro, o jogador da equipe, o vencedor…Seu maior desafio é lidar com a arrogância e ambição.

7. O Amante

Intensidade, intimidade e sensualidade. São pessoas com grande senso estético, atraentes e movidas pelo desejo de parceria. Não só no amor romântico, mas todas as formas em que esse sentimento se manifeste. O principal desafio aqui é perder sua própria identidade pelo desejo intenso de agradar e encantar o outro.

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8. O Comediante

Também conhecido como o arquétipo do bobo da corte, seus princípios são pautados pela diversão, leveza e espontaneidade – sem muito receio do julgamento alheio. Seu principal talento é a alegria e sua missão é levar isso para o mundo. Seu principal desafio é não se manter na superfície das coisas e também aprender a administrar melhor seu tempo.

9. O comum

Realismo e simplicidade. Aqui não é uma questão de se destacar, e sim de pertencer. Não tem a necessidade de impor suas convicções ao meio que se encontra. Deseja apenas desenvolver virtudes comuns e ser útil. Costuma ser representado pela figura do bom vizinho, funcionário responsável e do realista. Sem grandes pretensões – e essa característica é justamente o seu desafio.

10. O Prestativo

Altruísmo, proteção e compaixão. “Ame ao próximo como a ti mesmo” é o lema deste arquétipo. Seu maior desejo é cuidar e ajudar o maior número de pessoas e seu desafio é não carregar as dores do mundo e também não sufocar quem o rodeia.

11. O Governante

Liderança, solidez e excelência. A responsabilidade é um traço marcante deste arquétipo, que costuma atuar muito bem diante de regras claras. Existe também a necessidade de controle e poder. Seus desafios implicam em saber delegar e ser flexível.

12. O Criador

Imaginação, arte e inovação. Sempre em busca de harmonia e também de reconhecimento. É semelhante ao explorador, no sentido de buscar novas soluções para situações arcaicas e defasadas. Geralmente, é perfeccionista e se recusa em ficar preso na mediocridade. Seu desafio é a inconstância e pensar muito mais do que agir.

Vale ressaltar que essa não é a única classificação dos arquétipos de personalidade de Jung e que existem outras categorizações diferentes – embora sejam muito semelhantes. De qualquer maneira, é um tema interessante que vale um aprofundamento de quem se interessa por autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

E você? Com qual arquétipo ( ou quais arquétipos) você mais se identificou?