O escritor realista português, Eça de Queiroz, definiu a curiosidade como um instinto. Segundo o próprio, é esse instinto que “leva alguns a olhar pelo buraco da fechadura, e outros a descobrir a América”. Para o filósofo americano William James, a curiosidade é o impulso para uma melhor cognição. Ou seja: é o desejo de entender o que você sabe que não conhece.
É claro que ambos viveram em uma época que não existia ferramentas de busca na palma da mão e, talvez, a nossa percepção sobre a curiosidade pode ter sido um tanto modificada…Afinal, ela pode ser sanada de uma forma muita mais rápida do que há algumas décadas.
Será que todo essa facilidade nos fez menos curiosos?
É engraçado perceber que na medida que vamos avançando na vida, nós vamos nos familiarizando com as coisas que nos rodeiam e, sem perceber, podemos ficar menos curiosos ao passo que vamos envelhecendo.
Repara como as crianças possuem uma curiosidade quase insaciável. Tem uma fase que elas se tornam extremamente questionadoras e isso tem razão de ser: a mente delas é uma tela em branco, com poucas experiências prévias. Por isso, o momento presente é o que elas têm de fato… Então elas se “entregam” ao agora com muito mais facilidade que os adultos. Afinal, é no agora que elas encontram as respostas que procuram e o que querem aprender.
José Saramago, outro grande escritor português e vencedor do Prémio Nobel de Literatura, disse: “A velhice começa quando se perde a curiosidade”. Se é na curiosidade que mora o primeiro impulso de quase tudo, podemos supor que é óbvio que ela seja a primeira etapa para conquistar a excelência em qualquer coisa que nos propusermos a fazer.
Afinal, sem a curiosidade inicial, é provável que o Jimi Hendrix não tivesse aprendido a tocar guitarra, Isaac Newton não teria se perguntado por qual razão as maçãs caem das árvores e, com certeza, Thomas Edison não teria criado a lâmpada incandescente.
Por isso, o artigo de hoje irá abordar o valor da curiosidade em diferentes esferas da vida.
Entenda o valor da curiosidade nas diferentes esferas da vida
A curiosidade e a vida amorosa
Os começos das relações amorosas podem variar muito de acordo com as personalidades das pessoas envolvidas dentro da relação. Mas, se tem uma coisa que está sempre presente dentro da fase inicial entre duas pessoas, essa coisa é a curiosidade. É quase um jogo de adivinhação.
Com o objetivo de “decifrar” o outro, é um movimento natural procurar entender o que a pessoa gosta, quais seus filmes preferidos, os tipos de música que costuma ouvir, os restaurantes que costuma frequentar…E por aí vai..
Dizem que a rotina é uma das principais “vilãs” dos relacionamentos. Mas arrisco dizer que perder a curiosidade pelo outro é ainda mais prejudicial do que a rotina. A curiosidade é um dos pilares de uma relação saudável e também uma força propulsora para a escuta ativa, para a pergunta. A manutenção de um relacionamento depende de diversos fatores e um deles é, sem dúvida, manter a curiosidade pelo outro. Isso inclui seus desejos e necessidades.
A curiosidade e a carreira
Existem correntes que acreditam que uma carreira de sucesso depende somente de uma visão exata e estratégica. E, de fato, isso é muito importante para uma trajetória de sucesso, seja para qualquer área. Por outro lado, é preciso uma certa cautela com isso. Essa visão profissional que prioriza a certeza, muitas vezes se “esquece” das perguntas.
Repara como a verdadeira “inovação” surge sempre de um descaminho, da recusa em continuar em linha reta. Ela surge da pergunta: “e se a gente for por um outro caminho, com outro recorte? Isso é curiosidade pura e simples. Alvin Tofler disse: “O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”. Dê uma chance para pergunta, não é só de certezas absolutas que se fazem bons profissionais!
A curiosidade interna
Dê uns anos pra cá, estamos assistindo um movimento crescente de certas competências que antes não eram tão discutidas e difundidas. Alguns exemplos são: a Comunicação Não-Violenta, a Programação Neurolinguística e a própria Inteligência Emocional. Em linhas gerais, essas e outras competências esbarram com frequência no autoconhecimento.
E, para entrar nessa jornada interna, a curiosidade também se faz fundamental. Lembra a definição de William James, lá no começo deste artigo?
“O desejo de entender o que você sabe que não conhece”
Se conhecer, é obter ferramentas para olhar a forma como você lida com as suas emoções, perceber quais são as crenças que você carrega, a maneira como você se relaciona e entender quais são seus reais valores e propósitos…
Esse é o tipo de curiosidade que pode mudar a sua vida!
Pensando nisso, um programa 100% online foi criado e desenvolvido para que você tenha todas as ferramentas para ampliar seu autoconhecimento, identificar seus padrões comportamentais tóxicos e, assim, poder responder de maneira mais eficaz a diversas situações.
Tenha uma atitude mais curiosa sobre você mesmo e perceba o impacto que isso terá em todas as áreas da sua vida.