Atire a primeira pedra quem nunca apelou para uma mentirinha na hora em que é necessário se safar de alguma situação difícil! Muitas vezes, nas relações sociais, profissionais e familiares, uma lorota inofensiva parece ser a única forma de escapar de alguma situação com um certo jogo de cintura.
Não é fácil admitir. Afinal, trata-se de um comportamento nada louvável e vai contra as regras morais da sociedade. Porém, todos nós, em maior ou menor grau, contamos uma mentirinha de vez em quando.
Mentimos que estava trânsito para fugir de uma bronca do chefe por conta de um atraso pontual. Ou então para não magoar o parceiro ao esquecer uma data especial. Tem horas que para se esquivar de um compromisso familiar, para o qual você não se encontra nada inspirado, um resfriado ou uma indisposição podem “aparecer”.
Porém, para alguns indivíduos a mentira toma proporções muito maiores e pode se tornar uma patologia.
Afinal, como reconhecer um mentiroso compulsivo?
Primeiro vamos diferenciar o mentiroso esporádico do mentiroso patológico. Em ambos os casos existe uma necessidade em inventar fatos e situações que não existem. Porém, quando o hábito de mentir vira uma patologia, o indivíduo sente uma necessidade de inventar fatos sobre os mais variados assuntos e, na maioria das vezes, não sente constrangimento ou culpa.
Outra característica que preocupa é a tendência extrema para sustentar tais mentiras. Isso geralmente pode envolver terceiros e tornar o problema muito maior.
A mentira patológica foi conceituada como mitomania pelo psiquiatra francês Ernest Dupré, no início do século passado. Quem possui esse transtorno, costuma elaborar histórias pitorescas e cria uma realidade paralela tão fantástica que passa a acreditar nela.
Como a mentira patológica é desenvolvida?
As causas para essa patologia não são completamente esclarecidas. Porém, sabe-se que um conjunto de fatores podem estar relacionados ao transtorno. São eles:
- Baixa autoestima
- Necessidade de chamar atenção
- Se proteger de situações constrangedoras
- Medo de ser exposto
- Transtornos de personalidade
- Dependência em drogas, jogos ou compras
É possível reconhecer um mentiroso compulsivo?
Existe um ditado popular que diz algo neste sentido: “ é possível enganar alguns por algum tempo. Porém, é impossível enganar todos o tempo todo”. A princípio, pode ser difícil reconhecer a patologia logo de cara. Mas, com o tempo e a convivência ela acaba aparecendo.
Uma dica é prestar atenção em histórias muito elaboradas, aquelas dignas de um enredo de comédia francesa, sabe? Outro ponto é entender que quem sofre com esse problema, acaba se perdendo no meio das próprias mentiras e quando isso ocorre, geralmente são desmascarados.
A mitomania tem cura?
A mentira patológica pode causar muitos prejuízos pessoais, sociais e profissionais para o indivíduo. Com ajuda especializada, é possível contornar o problema. Para tanto, é preciso trabalhar os aspectos emocionais e comportamentais que envolvem o transtorno. Como:
- Desenvolver a habilidade para enfrentar a realidade
- Trabalhar a necessidade de autoafirmação que nasce da falta de autoestima
- Desenvolver o autoconhecimento e passar a perceber os próprios potenciais
- Trabalhar a autoconfiança