Normalmente, quando falamos sobre agressividade, costumamos associar isso a uma postura de confronto. De embate.
Mas, muitas vezes, a agressividade pode ser extravasada de forma ambígua e assumir uma postura passiva. Só que não é porque ela assume uma outra faceta, que deixa de ser agressividade. É sobre esse tema que vamos tratar no artigo de hoje.
O que significa, na prática, um comportamento passivo-agressivo?
Em linhas gerais, essa postura não se manifesta com uma explosão de fúria ou através de uma conversa mais dura e, ao mesmo tempo, franca. Sabe aquele tipo de conversa que muitas vezes pode causar certos desconfortos, mas que coloca as cartas na mesa, que expõe os incômodos?
O comportamento passivo-agressivo é o oposto: isso envolve ironias, deboche, sarcasmo, indiretas ou até mesmo aquele silêncio total e absoluto. Essas são reações típicas de um comportamento passivo-agressivo e conviver com isso pode gerar um desgaste considerável nos relacionamentos.
Apesar de não ser algo explícito ou contundente, todas essas reações mencionadas também acabam criando ambientes desfavoráveis para a relação e para uma convivência saudável de maneira geral.
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Comportamento passivo-agressivo: uma hostilidade dissimulada
O comportamento passivo-agressivo funciona através de uma hostilidade dissimulada. E como reconhecer esse comportamento?
Fugir de conflitos inevitáveis
O primeiro ponto que precisa ser observado é aquela tendência em tentar ao máximo evitar todo e qualquer conflito. Os conflitos, vez ou outra, são inevitáveis. Eles precisam existir! São pontos de ruptura que têm várias finalidades: aparar arestas, identificar o que anda causando certos desconfortos e principalmente para criar o entendimento do que precisa ser transformado, seja em uma situação ou uma relação.
É claro que conflitos não são confortáveis. Mas isso não significa que eles não sejam necessários muitas vezes. Isso nada tem a ver com ter que sempre comprar uma briga, não é isso. Mas é encarar diálogos de forma madura e evitar aquele velho artifício de dizer “fica tranquilo, tá tudo bem…”
Quando na realidade não está.
Geralmente, isso ocorre pelo fato do passivo-agressivo ter mais dificuldade para lidar com sentimentos de raiva e frustração, e por isso apresenta essa tendência em fugir desses confrontos e reprimir essas emoções.
Só que, não assumir o que sente ou não saber como lidar com isso, nada tem a ver com não sentir. Esses sentimentos continuam existindo, se eles não forem entendidos, encarados e trabalhados, correm o risco de serem expressados de maneiras mais tóxicas e comprometedoras.
Terceirizar responsabilidades
Normalmente, pessoas que têm um comportamento passivo-agressivo, costumam colocar a responsabilidade dessas reações em terceiros. É comum também que se sintam injustiçadas com frequência e tenham o hábito de se vitimizar. Elas sentem que existe uma espécie de conspiração ao redor e procuram justificar sempre que podem. Isso funciona como um mecanismo, muitas vezes inconsciente, para transferir a culpa.
Como lidar melhor com quem apresenta esse tipo de comportamento?
A verdade é que todos nós podemos assumir essa postura diante de alguma situação. Ninguém está completamente imune a isso. E o contrário, é claro, também pode ocorrer.
Muitas vezes, vamos precisar lidar com alguém que por diversas razões pode ter assumido essa postura. Uma boa maneira para lidar com isso é falar honestamente sobre como você se sente, só que para chegar até esse entendimento, é preciso observar como funcionam suas respostas emocionais diante de algumas situações.
E esse entendimento acontece, invariavelmente, através do autoconhecimento – que é um dos pilares da Inteligência Emocional, e a base para ter um bom relacionamento com o outro e com você mesmo.
Além disso, é interessante identificar quais locais e situações você costuma adotar uma postura mais passivo-agressiva. Agora, se você se percebe na outra ponta, é interessante procurar desenvolver uma escuta atenta e ir mais fundo no entendimento dos sinais que o outro está passando quando tem uma postura passivo-agressiva.
Muitos problemas poderiam ser evitados, ou talvez remediados, investindo em uma comunicação mais compassiva. É bom ter em mente que “Por trás de todo comportamento existe uma necessidade” – quando agimos em direção ao entendimento dessa necessidade ou do que está por trás daquela crítica velada, criamos uma espécie de antídoto, uma blindagem, contra esse tipo de postura.
Com isso, aprendemos a criar espaço, com a intenção de resolver a questão e não apenas sair “vitorioso” de um possível embate. Se você deseja melhorar seus relacionamentos e desenvolver suas competências emocionais, conheça o Método MD – um treinamento dinâmico e altamente transformador que te levará ao encontro da sua melhor versão.