Nos últimos dias, fomos inundados com notícias estarrecedoras sobre crimes de estupro que chocaram a opinião pública. Por isso, o artigo de hoje tem como objetivo falar sobre o tema já que nós, do Instituto Douglas Maluf, acreditamos que a educação e a informação funcionam como peças fundamentais na luta contra esse tipo de crime e também contra a cultura do estupro.
Mas afinal, o que é a Cultura do Estupro?
Vivemos em uma sociedade machista e patriarcal que agride mulheres todos os dias. Prova disso é que, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre março de 2020 e dezembro de 2021, foram registrados 2.451 feminicídios e 100.398 casos de estupro e estupro de vulnerável de vítimas do gênero feminino.
Esses dados nos revelam a gravidade do problema. Porém, vale lembrar que o estupro é crime que ainda é subnotificado com poucos casos que resultam em condenação. E por que isso ocorre? A resposta é simples porém muito indigesta: ainda existe uma tendência em relativizar o comportamento do agressor e questionar o comportamento da vítima.
E isso pode ocorrer em diversos momentos: desde o atendimento nas unidades de saúde, como também na própria delegacia e nas falas e pensamentos da sociedade como um todo. E é justamente nesse sentido que devemos, enquanto sociedade, combater esses discursos de forma veemente!
Como combater a cultura do estupro na prática?
A vítima nunca tem culpa!
O primeiro passo para combater a cultura do estupro é ter o entendimento claro de que não importa o estilo de vida, a vestimenta ou o local onde o crime acontece: a vítima nunca, em hipótese alguma, tem culpa!
Todos os julgamentos e “achismos” que costumam envolver mulheres que passaram por esse tipo de trauma, são baseados em falas e pensamentos machistas. Julgar ou questionar o comportamento da vítima é corroborar com essa cultura e retirar o criminoso do foco.
Leia também:
Entender e defender a importância da educação sexual
Uma educação sexual de qualidade não é apenas sobre sexo. É sobre consentimento. Mais do que isso: é sobre empatia e cuidado.
Além de ensinar sobre prevenção, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, a educação sexual ensina como identificar possíveis violências. E isso é fundamental!
Não é não!
É preciso combater a ideia de que o corpo de uma mulher é como um espaço público. Assobios, investidas e até mesmo elogios são atitudes extremamente invasivas e que devem ser combatidas! Pare para pensar: geralmente, uma mulher acompanhada por um homem não é assediada como acontece quando uma mulher está sozinha, que é vista como disponível. Isso é o que chamamos de objetificação. Mulheres merecem ser respeitadas em todos os espaços e não é sempre não!