A decisão de uma separação conjugal afeta toda a família, e, por maior que seja o empenho dos pais, as crianças não estão protegidas disso. Se você não sabe por onde começar a contar para seus filhos que está se separando, confira este artigo!
Às vezes, o fim é inevitável, e pode se tornar um alívio para o ex-casal e para as crianças. Insistir em uma convivência recheada de brigas e conflitos pode ser mais doloroso do que uma readequação da configuração da convívio.
Apesar disso, a possibilidade de um recomeço não torna a separação menos dolorosa. Não existe simplicidade em um processo desses, muito menos quando há filhos no meio – é preciso ter delicadeza e maturidade emocional para ao colocar um ponto final.
A separação conjugal é mesmo a decisão?
Existem alguns pontos a serem ponderados antes de comunicar a decisão para as crianças, como por exemplo se a separação é mesmo a solução: o primeiro conselho é ir em busca de ajuda profissional antes de tomar o veredito.
Muitos casais que estão decididos que separação é algo inevitável, depois voltam atrás, porque conseguem consertar o que não estava funcionando bem no casamento.
Isso contribui para diminuir as chances de tomar a decisão e voltar atrás depois. Afinal, isso pode ser mais difícil e causar mais sofrimento desnecessário para todos, incluindo os filhos. Portanto, é imprescindível avaliar todos os âmbitos antes de tomar a decisão final.
Como contar para as crianças?
Se a decisão for mesmo se separar, é importante contar para os filhos o mais rápido possível – mesmo porque, dificilmente eles não perceberão que as coisas estão diferentes.
Vá direto ao ponto. Mas seja delicado e tenha tato. O ideal é que os pais contem juntos, sempre mantendo a calma, respeito e tranquilidade. É essencial que os pais deixem claro que se respeitam, e que os papéis de mãe e pai continuarão intactos.
Os termos e a forma de falar podem, de maneira sutil, insinuar que a culpa pela separação é de um dos dois, ou que um está muito mais magoado. Por isso, é melhor que os pais conversem muito entre si antes de falar com os filhos, para alinhar bem o que será dito e como será dito. Ninguém precisa assumir o papel de vilão ou de vítima.
Nos casos em que existe muito rancor ou uma das partes está com raiva (ou ambos estão), fica muito difícil comunicar essa decisão juntos. Mesmo assim, é crucial poupar as crianças dos detalhes – elas não precisam saber sobre particularidades como traição, quem desapontou quem ou se houve alguma situação que causou a ruptura.
É fundamental contar sem julgamento e sem crítica – por mais magoado que você esteja com o outro, não justifica falar mal do ex para seus filhos ou ficar jogando a culpa no outro.
Entendo as emoções
Ás vezes, as crianças se perguntem o que elas fizeram para causar a separação. Principalmente quando mais novas, são muito autorreferentes, e podem achar que o pai ou a mãe está saindo de casa por conta do comportamento delas ou algo que fizeram. Por isso, deixe o mais claro possível que a decisão não tem nada a ver com elas, e sim com o casal.
Evite dizer que “quando tiver um namorado(a), ninguém vai tomar o lugar do seu pai/mãe” – as crianças não precisam se preocupar com a possibilidade de uma nova presença na família nesse momento. Mesmo se um dos pais já estiver em um novo relacionamento, o melhor a se fazer é deixar que elas assimilem uma coisa de cada vez.
Procure dizer que você ainda vai ficar triste, e talvez até fique mais quieto, mas que isso vai passar. Também abra espaço para que seus filhos conversem com você e possam lidar com todas as emoções. Explique que eles também podem ficar tristes – não tem problema. Permita que esse momento funcione como uma aprendizado para que eles entendam as próprias emoções.